sexta-feira, maio 18, 2012

hoje no FIMFA em Lisboa


Compañía Pèlmanec Espanha
Diagnóstico: Hamlet

TEATRO NACIONAL D. MARIA II - Sala Estúdio
18 e 19 de Maio às 21h15 (Sexta e Sábado)
Encenação: María Castillo Actor-manipulador: Miquel Gallardo Texto: Miquel Gallardo (inspirado na obra de Shakespeare) Desenho das marionetas: Aitor Herrero e Martí Doy Construção das marionetas: Martí Doy Cenografia: Xavier Erra Figurino: Rosa Soler Desenho de luz: Xavier Muñoz Desenho de som: Miquel Gallardo Vídeo: Marco Domenichetti Fotografias: Marta Vidanes Técnica: Manipulação à vista Idioma: Espanhol Duração: 70 min. Público-alvo: M/12
Quem quer ser Hamlet?

Poucos gostariam de trocar de vida com uma personagem de uma tragédia de Shakespeare. Geralmente não têm um fim invejável…

Max quer ser Hamlet. Quer que Shakespeare decida por ele, fale por ele, o liberte da sua dor e do seu medo, através das palavras de uma das suas personagens mais complexas e analisadas. Por isso, dia após dia, recria a ilusão da vida como um encenador, manipula e controla os seus pesadelos, como um marionetista. Mas o cérebro é perverso e enfrenta-nos mais tarde ou mais cedo com a grande verdade: a vida é incerteza.

Mas esta não é uma versão de Hamlet de Shakespeare, “estamos apenas com a personagem, as suas preocupações e o seu conflito interno”, como afirmou Miquel Gallardo e… com marionetas de tamanho humano e uma manipulação excelente.

Max Flaubert é um jovem de dezassete anos de idade que vive na cela de um hospital psiquiátrico, onde foi colocado após os acontecimentos ocorridos na sua vida alguns anos antes. Max viveu a traumática morte do pai e o casamento repentino da mãe com o tio. O desespero e a dor, combinados com a obsessão de que sofre a personagem de Hamlet da tragédia de Shakespeare, levam o jovem a culpar o tio do súbito desaparecimento do seu pai, provocando um comportamento hostil que acaba com a morte deste, depois de uma agressão do jovem.

O mais curioso é que se fizéssemos uma actualização do jovem príncipe da Dinamarca, sem dúvida que encontraríamos nos jovens hikikomoris da sociedade japonesa uma imagem bastante fiel dessa não acção.

Em Diagnóstico: Hamlet vamos poder ver marionetas deslumbrantes, com uma manipulação notável, em que um só actor-manipulador manipula a marioneta e esta, por sua vez, manipula o manipulador, descobrindo-se um jogo de interdependências e lealdades, onde os conflitos e as personagens adquirem uma força inusitada. A não perder!

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